sexta-feira, 29 de setembro de 2006

REPORTAGEM DA REVISTA DIETA JÁ


ACHEI UM ESTÍMULO MARAVILHOSO PARA TODAS NÓS


Poderosa, com menos 48 kg!

Alexandra emagreceu só com reeducação alimentar e atividade física. Apesar de muitos duvidarem que chegaria lá, a empresária, que beirou a obesidade mórbida, dominou a compulsão por comida. Ela mostra, com orgulho, o corpo. Hoje, ela está bem mais confiante e poderosa

POR VLADIMIR MALUF
FOTOS: PRISCILA PRADE


Definitivamente, quem quer emagrecer, pode. Mesmo aqueles que nunca foram magros. Gordinha desde a adolescência, Alexandra Caprioli sofria com o conhecido - e odiado - efeito sanfona. Perdia 20 kg, engordava 15; emagrecia mais 5 e ganhava outros 10. Ora apelava para medicamentos fortes, ora ficava internada em spas. Nada resolvia. Passados
alguns meses, a balança voltava a acusar o retorno da gordura. Pudera! Ela comia desenfreadamente em ataques de compulsão, e não aderia a novos hábitos após a perda de peso. Hoje, isso mudou. Depois de eliminar 48 kg em 10 meses e ficar com corpo de atleta chegando aos 40 anos, ela desafia: "Se eu acabei com quase 50 kg, não há nada que eu não consiga". E ninguém duvida! Afinal, há dois anos ela se mantém no peso e não é um prato de comida que pode medir forças com essa mulher poderosa.
Desejo inverso
Ao longo de muitos anos, Alexandra procurou diversos médicos e, para a sua infelicidade (na época), seu corpo funcionava perfeitamente. Sim, ela assume: "Eu rezava para descobrir um problema de tireóide, assim colocaria a culpa em alguma coisa que justificasse minha obesidade". A empresária, hoje com 39 anos, tinha problemas, mas eles não a faziam engordar. Ao contrário. O que Alexandra estava
desenvolvendo eram doenças devido ao peso, como hipertensão, diabetes descompensada, colesterol e triglicérides altos.
O desânimo era tanto que ela chegou a agendar uma consulta com um cirurgião para operar o estômago. Data marcada, a decisão assustou. "Não acredito que vou passar por isso!", lamentou ela, em voz alta, ao desligar o telefone. Uma última tentativa: como sua mãe tinha conhecido uma professora de Educação Física extremamente competente, resolveu arriscar. Afinal, o cirurgião só poderia atendê-la em dois meses. Então, por que não tentar com a personal trainer, já que sua mãe tinha perdido peso com ela e estava ótima. Mesmo muito ocupada, Cuca Barthelson, de Campinas, encaixou Alexandra no horário do almoço para conversarem. E esse passou a ser o horário em que as duas se encontravam, três vezes por semana.
O primeiro passo foi subir na balança, coisa que não fazia há meses - por medo do resultado. "Não acreditei quando vi que estava com
104 kg", conta Alexandra. Outro dado que apavorou a moça foi o Índice de Massa Corpórea (IMC), que estava em 39,4 de gordura, sendo que quando esse número atinge a casa dos 40, o diagnóstico é de obesidade mórbida. A professora propôs, então, que ela perdesse 40 kg. "Impossível", interpelou. "Se emagrecer 10 kg dá trabalho, imagine 4 vezes isso. Ela só pode estar maluca", pensou.
Cardápio de um dia
CAFÉ DA MANHÃ
● 1 fatia de pão light com queijo branco
● 1 fatia de mamão
● 1/2 banana
● 1 copo de leite desnatado com café
LANCHE DA MANHÃ
● 200 ml de suco de soja light
ALMOÇO
● salada à vontade (alface, rúcula, tomate, cenoura, rabanete e beterraba)
● 1 bife grelhado
● 2 col. (sopa) de lentilha ou de purê de batatas
LANCHE DA TARDE
● 1 barra de cereal light
● 1
fruta
JANTAR
● 1 prato de salada
● 1 bife grelhado
Reaprendendo a andar
É difícil olhar no espelho e imaginar o próprio corpo com quase a metade do que ele tem. Mas Alexandra precisava de uma referência, um objetivo para atingir. Então, Cuca Barthelson adotou uma técnica que Alexandra considerou infalível para não desanimar. "A melhor forma é estabelecer pequenas metas. Eu me propunha a percardápio der 5 kg. Quando chegava perto, eu traçava outra: mais 5 kg. E assim foi, até eu eliminar tudo o
que queria", ensina ela, que é perita no quesito "força de vontade". A essa altura, a cirurgia de estômago já tinha sido descartada.
Para começar a perda de peso, Cuca recomendou 40 minutos de caminhada, duas vezes por semana. Não havia fôlego para isso. Esse tempo foi reduzido à metade. Assim que Alexandra se habituou a fazer os 20 minutos iniciais, o tempo foi dobrado. Agora estava mais fácil. Era hora de apertar o passo e começar a correr. Conforme os meses iam passando, o peso ia diminuindo e o ritmo acelerando. "Eu não me imaginava fazendo exercício físico nenhum. Hoje, não sei viver sem fazer ginástica todos os dias", compara.
Depois de enxugar 48 kg, a mesma Alexandra, que detestava atividade física, virou maratonista. Faz inscrição em todas as corridas que pode, além de malhar todos os dias. "Eu não conseguia nem andar! Agora, termino as competições de 10 quilômetros em 57 minutos", comemora. "Correr emagrece, dá prazer, não precisa de
dinheiro, nem de academia", incentiva Alexandra, que prefere praticar o esporte nas ruas de Campinas a suar na esteira.
“Depois que emagreci, meu marido disse: você está linda! eu me casaria de novo com você
Medidas:
Altura: 1,65 m
ANTES
Peso:
104 kg
Manequim: 54
DEPOIS
Peso: 56 kg
Manequim: 38

Emagreceu 48 kg
Abaixo, a tabela que Alexandra montou para acompanhar seu emagrecimento de 48 kg em10 meses. Confira:
DATA
PESO
ELIMINADO
MESES
TOTAL
4/11/2003
104 kg
-
-
-
4/12/2003
94 kg
10 kg
1

10 kg
4/1/2004
87 kg
7 kg
2
17 kg
4/2/2004
79,8 kg
7,2 kg
3
24,2 kg
4/3/2004
73,8 kg
6 kg
4
30, 3 kg
5/4/2004
68,8 kg
5 kg
5
35,2 kg
5/5/2004
63,9 kg
4,9 kg
6
40,1 kg
6/6/2004
61,3 kg
2,6 kg
7
42,7 kg
6/7/2004
58,8 kg
2,5 kg
8
45,2 kg
5/8/2004
56,4 kg
2,4 kg
9
47,6 kg
5/9/2004
56 kg
400 g
10
48 kg
2/9/2006
56 kg
-
-
-
TOTAL DO EMAGRECIMENTO
48 kg
Que delícia: agora sou ágil!
Como
Alexandra queria emagrecer de verdade, a professora trabalhou duro. Sentenciou que ela mudasse seus hábitos alimentares e a rotina de comer fora de hora. No início, nossa heroína isolou-se um pouco em casa para não fugir do cardápio. Antes da dieta, os fins de semana resumiam-se a farras gastronômicas. De sexta-feira a domingo, ela e o marido faziam todas as refeições em restaurantes deliciosos. Como estava de regime, não via mais graça em sair de casa. "O princípio foi difícil. Mas depois percebi que não precisava me divertir comendo e voltei a fazer outros passeios com meu companheiro e casais de amigos", relata.
Nos primeiros 4 meses, 30 kg já tinham sido eliminados e as roupas estavam caindo. "Eu só freqüentava lojas especiais para gordos. Quando comecei a comprar em casas assim, me acomodei, porque tudo me servia. Eu não tinha aquele problema de adorar um vestido e ele não entrar em mim, pois não freqüentava shoppings", recorda. Pela primeira vez, depois
de muito tempo, Alexandra entrou em uma loja normal para provar algumas peças. "Como até então eu usava 54, pedi uma calça número 50, afinal, eu já tinha perdido peso". Não serviu; ficou enorme. "Experimentei a 48 e a 46. Nada! Levei a 44!", diz ela, que voltou para casa radiante. Nem acreditava que tinha comprado um jeans, ainda mais naquele manequim. Vestir roupas modernas era uma vitória para ela, que só usava conjuntos largos, confeccionados para senhoras - os únicos que lhe serviam. "Pode parecer besteira, mas o meu sonho era usar um cinto. Hoje, eu tenho dezenas", confessa, rindo.
Um novo amor: o marido!
Que o marido de Alexandra sempre a amou, ninguém põe à prova. Mas ela sentia um fundo de insatisfação. "Eu percebia que o Alberto não estava feliz comigo daquele jeito. Depois que eu emagreci, ele disse: você está linda. Eu casaria com você de novo", conta entre um suspiro e outro. Nem é
preciso dizer que o casamento deslanchou. "Eu era uma péssima companhia. Como era sedentária, eu não o acompanhava em nada", assume Alexandra. Hoje em dia, muito satisfeito com o corpão da esposa, ele brinca: "Se não fosse essa mudança, não sei se teríamos resistido à famosa crise dos 7 anos". Depois da transformação, o marido ficou inseguro de perder aquele mulherão. Mas isso só apimentou a união, que continua mais firme do que nunca.
Afinou 265,5 cm!
Alexandra diminuiu em todo o corpo. No total, perdeu o número incrível de 265,5 cm em medidas. Veja a tabela em centímetros:
PARTE DO
CORPO
EM 4/11/2003
EM 2/9/2006
DIFERENÇA
Peito
123 cm
87 cm
36 cm
Cintura
112 cm
70 cm
42 cm
Abdômen
112,5 cm
73 cm
39,5 cm
Quadril
105 cm
82 cm
23 cm
Coxa direita
70 cm
48,5 cm
21,5 cm
Coxa esquerda
69 cm
48,5 cm
20,5 cm
Joelho direito
53
cm
39 cm
14 cm
Joelho esquerdo
51 cm
39 cm
12 cm
Panturrilha direita
44 cm
36 cm
8 cm
Panturrilha esquerda
44 cm
36 cm
8 cm
Braço direito
40 cm
24 cm
16 cm
Braço esquerdo
40 cm
24 cm
16 cm
Pescoço
38 cm
29 cm
9 cm
TOTAL:
265,5 cm
Alexandra, na chegada de uma das maratonas que participa freqüentemente
Eu brincava com o excesso...
Assim como o companheiro, os amigos também sempre a respeitaram. "Nunca fui vítima de preconceito.
Mas eu mesma me maltratava. Era a primeira a brincar com o meu excesso de peso, como forma de defesa. Antes que alguém viesse e me chamasse de gorda, eu já fazia alguma brincadeira para descontrair", conta ela, que admite, hoje, que esse comportamento só trazia sofrimento. "Eu me aborrecia quando percebia que alguns colegas evitavam me convidar para programas que precisassem de esforço físico ou de exibir o corpo, pois queriam me poupar de constrangimentos", recorda.
Mesmo estando sempre bem vestida, maquiada, penteada e de unhas feitas, sentia-se feia. Para complementar o resultado fantástico que obteve, decidiu fazer duas cirurgias estéticas: pôs silicone nos seios e tirou as marcas de estrias da barriga. Agora, a loira diz, convicta, que não volta a engordar. "Nunca mais vou permitir que a comida seja mais poderosa do que eu".
Após queimar 48 kg, com a
auto-estima lá em cima , ela avisa : " Não há mais nada que eu não consiga"

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